Influencer de 22 anos que teve paralisia cerebral ainda bebê, atualmente, produz conteúdos que contam com milhares de visualizações. 

Com a ascensão das redes sociais, é possível ver as pessoas com deficiência cada vez mais representadas e um exemplo disso é a influenciadora Amanda Mangili, de 22 anos, que com paralisia cerebral, produz sozinha vídeos e conteúdos que já recebem milhares de visualizações.

Amanda tem se tornado referência especialmente para crianças com deficiência. Os vídeos e tutoriais sobre como usar produtos de maquiagem, sua grande paixão, são os que mais acumulam curtidas. No Tik Tok, uma de suas lives chegou a 8 mil pessoas acompanhando e 1 milhão de curtidas. 

A carreira era um sonho que começou a se tornar real depois que alcançou mais de 100 mil seguidores. 

COMO CHEGOU ATÉ AQUI 

Amanda nasceu prematura, aos 8 meses de gestação, e desenvolveu um quadro grave de conhecida como icterícia neonatal, uma doença causada pelo excesso de bilirrubina, substância produzida a partir da destruição de glóbulos vermelhos do sangue.

Ver o quão desenvolta é com a produção de conteúdo nas redes sociais, é difícil imaginar o que enfrentou desde seu nascimento.

Ainda recém-nascida, o excesso de bilirrubina não foi controlado de maneira adequada, o que causou lesões no cérebro e, em consequência, a paralisia cerebral.

De acordo com a mãe de Amanda, Janaína, até os oito meses ela ainda não sentava nem firmava a cabeça. Ao levá-la ao pediatra, diziam que era normal por conta do que tinha passada ainda bebê.

Até que a jovem ficou doente e procuraram outro especialista, quem explicou que a icterícia vai para o cérebro e a infecção mata células responsáveis pela coordenação motora, aquelas responsáveis por sentar, para ter o controle. 

Assim, Amanda começou os tratamentos que deveriam ter se iniciado ainda nos dois meses de vida. Segundo Janaína, os médicos diziam que ela não ia andar e sim ficar em um estado vegetativo. 

Porém, ao contrário das previsões nada animadoras, aos quatro anos, Amanda começou a andar e por 17 anos passou por muita fisioterapia, fonoaudiologia e um tratamento ostensivo. 

Por conta da paralisia, a influencer também teve sequelas auditivas e não ouve perfeitamente e não aprendeu a falar, mas conseguiu ser alfabetizada e se comunicar através da Língua de sinais. 

A IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE 

Há pouco mais de um ano, Amanda foi contratada por uma agência de publicidade que age em todo o Brasil, mesmo sem conseguir se comunicar por fala por conta das sequelas auditivas da paralisia. 

Segundo a mãe da influenciadora, outras mães de crianças com deficiência entram em contato para dizer o quão se sentem representadas pelos vídeos de Amanda e afirmam não irem dormir antes que ela termine as lives.  

Além disso, também conta que na luta pela inclusão, o novo objetivo da filha é conseguir uma linha de produtos de maquiagem com seu nome. 

DANILO PALMA